Estudo encomendado pela agência espacial americana sugere que a
humanidade está em risco - o sistema de produção e exploração seria impossível
de ser mantido.
Um estudo
encomendado pela NASA e divulgado essa semana destaca a possibilidade de que,
nas próximas décadas, a humanidade entre em colapso. A exploração insustentável
de recursos naturais e o aumento da desigualdade na distribuição de renda
seriam as principais causas.
O estudo,
conduzido pelo Centro Nacional de Síntese Sócio-Ambiental, um orgão parceiro da
Fundação Nacional de Ciências Norte-Americana, destacou que testemunhamos
vários exemplos civilizações com níveis de desenvolvimento complexos entrarem
em colapso ao longo da história. "A queda do Império Romano (...),
bem como de vários Impérios Mesopotâmicos avançados, confirmam o fato de que
civilizações sofisticadas,
complexas e criativas podem também ser frágeis e impermanentes", diz a pesquisa.
Superpopulação,
clima, água, agricultura e energia são, de acordo com o estudo, os fatores mais
importantes relacionados a um possível declínio da humanidade e que podem,
inclusive, ajudar a avaliar o risco desse colapso. A desigualdade social também
contribui para o colapso, dizem os cientistas responsáveis pela pesquisa,
porque hoje em dia, altos níveis de desigualdade social estão ligados a um consumo
excessivo de recursos.
A conclusão
do relatório é que, em uma situação que reflita a realidade do mundo hoje,
(...), "achamos que será difícil evitar um colapso". Os cenários
possíveis preveem um alto consumo de recursos por parte das elites, o que acaba
privando as outras classes sociais desses recursos - e como são as classes
sociais abaixo da elite as responsáveis por produzir a riqueza consumida pela
elite, sem ela, toda a sociedade entraria em declínio.
A tecnologia pode nos salvar?
Apesar de a
tecnologia ter o potencial economizar recursos naturais ao aumentar sua
eficiência, ela também aumenta a velocidade com que esses recursos são
extraídos e o consumo de recursos per capita. Ou seja: no fim das contas, o
aumento da eficiência dos recursos extraídos acaba ficando no zero a zero, já
que a gente consome mais por ter mais acesso aos produtos industrializados que
são resultados dos recursos.
As soluções
apontadas pelo estudo são a redução da desigualdade econômica, pra garantir uma
distribuição de recursos mais justa, e a diminuição drástica do consumo de
recursos e também do crescimento populacional.
O relatório
não prevê a situação para datas específicas mas fala em 'próximas décadas'.
Outros estudos que analisam a insustentabilidade do modelo tradicional de
sociedade ocidental e a possibilidade de colapso falam em 15 a 20 anos, mas
essa é considerada uma estimativa pessimista. Cedo ou tarde, todos esses
relatórios costumam concordar que melhorar a distribuição de renda e reduzir
drasticamente o consumo de recursos é a única maneira de impedir o colapso do
modelo socioeconômico ocidental.
GALILEU -
Via The Guardian