Richa não leva desaforo para casa e bate de frente com petistas
O governador Beto Richa (PSDB) não tem levado desaforos para casa. A todas as críticas, feitas principalmente pela pré-candidata do PT ao governo do Estado, senadora Gleisi Hoffmann, ele tem respondido à altura, embora prefira afirmar que não vai entrar no jogo rasteiro do PT. Richa tem explicado aos paranaenses, principalmente aos prefeitos, que o Estado não tem recebido ajuda financeira do governo federal, numa explícita discriminação que visa a disputa ao governo nas eleições de outubro. Em uma das batalhas campal, no interior do Estado, entre Gleisi e Richa, o governador disse apenas que o Paraná é discriminado pelo governo federal e afirmou que a Dilma precisa explicar melhor “é o dinheiro investido em Cuba”, numa referência à participação do governo na construção de um porto em Cuba, enquanto o Brasil carece de infraestrutura portuária. Segundo Richa, no lançamento do PAC das concessões, o Paraná foi varrido do mapa. Toda produção do Centro-Oeste, a nossa que também é muito forte no Oeste, ia desembocar no porto de Rio Grande (RS). Nós reagimos.
Richa explica que as últimas medidas do governo federal tiraram mais de R$ 1 bilhão de receita paranaense. Com a extinção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre combustíveis), o Paraná perdeu R$ 100 milhões de arrecadação. Com a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Estados perdermos mais R$ 400 milhões. Com a redução do IPI sobre veículos e a linha branca (eletrodomésticos) perdemos mais um bocado.
Bancando a conta
O mais grave, reclama, foi com a diminuição da conta de luz. Só de ICMS da energia, que tem um peso maior na nossa arrecadação, perdemos mais de R$ 500 milhões por ano. “Eu não posso aceitar o governo fazer proselitismo, muita propaganda na televisão, questionar os governos do PSDB que têm as maiores empresas de energia de não aderirem integralmente à proposta da presidente para a redução de energia. Nós estamos bancando essa conta. Se eu aderisse a tudo, na geração, por exemplo, eu quebrava a Copel. Tanto é que vimos na Bolsa as ações destas companhias despencaram, inclusive da Eletrobras. É importante diminuir a conta de luz, mas tem que compensar os estados”.
Enfim, o Senado Federal autorizou o Governo do Paraná a contratar empréstimo internacional, no valor de R$ 21 milhões, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o programa fiscal do Estado – o Profisco. O projeto já foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos. Nos próximos dias, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) assinará o decreto legislativos e o estado estará autorização a contratar com o banco.
O governo paranaense também espera que nos próximos dias, depois de liberado no Ministério da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff (PT) encaminhe o pedido de autorização para o Paraná contratar R$ 161,3 milhões, também junto ao BID, para financiar obras e aquisição de equipamentos do Programa Paraná Seguro. O pedido já tem aval da Secretaria do Tesouro Nacional.