07/07/2014
16h46 - Atualizado em 07/07/2014 21h18
Sem reagir, Raymond Whelan negou ligação com
quadrilha de cambistas.
Operação da Polícia do Rio contra máfia de ingressos prendeu 12 pessoas.
Ray Whelan chega na 18ª DP, na Praça da Bandeira
(Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)
A Polícia Civil
do Rio de Janeiro prendeu na tarde desta segunda-feira (7), no Copacabana
Palace, na Zona Sul, o inglês Raymond Whelan, principal executivo (CEO) da
Match Services, empresa que tem direitos exclusivos sobre a venda de ingressos
para a Fifa, por suspeita de que ele seja um dos chefes de quadrilha
internacional de cambistas que agia durante a Copa do Mundo. Com ele, a polícia
encontrou cem ingressos para os jogos. A prisão temporária de cinco dias,
expedida pelo Juizado Especial do Torcedor, faz parte da operação "Jules
Rimet", que já havia prendido 11 pessoas, incluindo o argelino
Mohamed Lamíne Fofana.
De acordo com o
delegado Fábio Barucke, que comanda a investigação, Raymond, também conhecido
como Ray, era um "facilitador" para a quadrilha ter acesso a
ingressos e teria sido flagrado em escutas telefônicas negociando ingressos com
Fofana. Segundo a polícia, foram mais de 900 ligações.
Por volta das
17h40, o executivo chegou à 18ª Delegacia de Polícia, na Praça da Bandeira,
responsável pelo inquérito. Ray será enquadrado no Artigo 41 do Estatuto do
Tocedor, por fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos para
venda por preço superior ao estampado no bilhete. A pena para o crime é de até
quatro anos de prisão. O passaporte dele foi apreendido.
Segundo o
delegado, Raymond negou, em depoimento informal, qualquer participação no
esquema. Até as 20h, seus advogados não haviam decidido se ele vai prestar
depoimento formal ou se iria falar apenas em juízo. O inglês passará a noite na
18ª DP e deve ser levado nesta terça (8) para o presídio de Bangu, na Zona
Oeste do Rio.